Me

Jamais vou poder dizer que sempre fomos amigáveis um com o outro. Jamais poderei dizer que fomos o pai e o filho que poderíamos ter sido, mas ainda somos titulados como tais, e isso, revés algum há de nos tirar. Essa deve ser exatamente a forma como as pessoas evoluem. É a hora Pai e eu preciso seguir. Devo confessar que a dor é absurda, mas sei que posso contar contigo sempre que precisar, e sei que mesmo com seu jeito as vezes duro demais, ainda estará de braços abertos para me aceitar exatamente do modo como eu sou.

Ontem... ao me chamar para conversar e organizar o resto das coisas antes de eu partir... eu sabia que era de certa forma uma despedida. Longe dos olhares de todos você estava livre para me dizer o que sente e eu jamais deixarei de escutar. Jamais vou esquecer de você dizendo que esse é o destino da minha vida, e ao estremecer e não conseguir mais falar.. olhar bem no fundo dos meus olhos e bater duas vezes abafadas em seu próprio coração. Uma foi pra demonstrar que havia dor naquele momento e a outra com certeza foi pra parar o Meu coração. 

Se hoje eu choro é porque sei que sou amado. Sei que estará pensando em mim e que sente minha falta.

São 8:40 da manhã do dia 13 de Março de 2011. Exatamente 30 minutos após a despedida real. Meu Pai veio até mim pois precisava seguir seu rumo, me deu um abraço forte, me chamou de filho e me deixou aqui deitado. Meu coração nesse momento está dilacerado. Sofro e choro desde então. Já sinto saudades daquele que é a estrutura forte da minha vida e infelizmente por mais duro e frio que eu possa me permitir ser, hoje não consigo. Hoje sou apenas uma criança assustada. Preciso de você Pai... e sentirei sua falta desde já... até meu retorno...

Eu te amo ! Incondicionalmente.