quarta-feira, 29 de junho de 2011

Respostas.

É inevitável. Jamais poderemos dizer que delas temos toda a posse. Por mais perfeitos que podemos acreditar que somos, sempre estaremos criando motivos para simplesmente precisar mais. Somos assim porquê é de nossa natureza querer sempre mais e só assim podemos nos sentir plenos de certa forma. Ao criar perguntas tentamos sair do óbvio,  sair de nossa zona de conhecimento em busca do novo e da aventura do saber, mas esquecemos muitas vezes o fardo que pode ser quando não sabemos como responder. Como se já não bastasse não saber a resposta, ainda temos em mente que fomos nós mesmos, convictos de vitória, entusiasmados pela habilidade notável de procurar o novo, que fizemos tais perguntas.

Quem é que somos sem respostas ? Somos ninguém. A sociedade reprime aqueles que delas não sabem. É como um jogo onde alguns de nós tem vantagens explícitas sobre outros. Sabemos mais, buscamos mais, queremos muito mais. Somos senhores do jogo, somos senhores da vida e dela temos de tomar conta. Fortes mesmo são aqueles que descobrem as perguntas de que só eles mesmo sabem as próprias soluções... Gênios são esses. Excêntricos e Egocêntricos na maioria das vezes, mas sempre dispostos a partilhar com a "plebe do saber" suas mais nobres descobertas.

No final acho que a pergunta é. O que é tudo ?

E a grande resposta só pode ser uma.

Somos nós !!!

;D

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dias sim, dias não. E eu vou sobrevivendo sem um arranhão.

Hoje trago uma espécie de alegria sofrida pra cá. Me sinto bem, dormi e acordei como nunca. O sorriso se espalha pelo meu rosto sem motivos e insiste em permanecer intacto mesmo quando ao ouvir algo meio melancólico, me recordo dos bons momentos vividos em minha terra. Quantas saudades sinto de estar em casa, em meu mundo e perto de tudo e todos que preciso ter para viver, mas da mesma forma gosto de estar aqui, gosto de sair de casa e andar nas ruas ou de ir e vir da escola conhecendo novas histórias de novas pessoas. Hoje posso dizer que tenho amigos, e não só conhecidos, de alguns países que jamais pensei que conheceria. É verão na Europa, e mesmo que ainda pareça frio é bom vestir uma bermuda e sair caminhar nos calorosos dias que nunca passam dos 20graus. Dublin está enchendo. Muitos espanhóis estão chegando, brasileiros como sempre, mas alguns diferenciais. Ouvi ontem que após minha chegada a Galway chegarão novos estudantes da Eslováquia e da Espanha. Noruega, França e provavelmente até Grécia também deverão se juntar a nós em breve. É estranho parar pra pensar na diferença que isso pode fazer, mas a dica que deixo para qualquer viajante internacional ou estudante é; não se deixe levar pelo cômodo. Sofra se tiver de sofrer, viva como puder viver e logo as coisas se mostrarão mais fáceis. Não, eu continuo a não falar inglês, mas sim, posso me comunicar muito bem já com todos por aqui e nos países para os quais eu fui. Segundo meu professor agora é questão de aprimorar meu vocabulário pra não faltar palavras nas horas certas e continuar praticando que em alguns meses devo estar bem. Felicidade é o que posso identificar ao ouvir isso das pessoas daqui. Tenho feito amigos, contatos e tudo que posso para me incluir realmente no mundo deles e felizmente sinto que estou evoluindo. Queria muitas vezes chegar em casa e conversar com amigos em nossa língua materna... de nossa terra e da qual sabemos muito, mas não... me enclausuro em meus aposentos e prego-me aos livros que ganhei de duas pessoas que conheci aqui. As coisas vão melhorando sempre... e tenho certeza que tudo sempre terá um final bom pra quem faz o bem.

O dia hoje se ergueu cedo, e muito claro. O sol veio e nos banhou com seu calor gracioso. Não, realmente não sou um adorador do sol tanto quanto gosto da lua e da noite, mas é bom sentir a pele quente, sentir o vento bater pra refrescar ao invés de castigar com o frio. É bom sentir a vida, ouvir o doce canto do mundo que me rodeia e poder ver os contrastes mais do que desafiadores da eterna batalha entre a natureza e as construções cá na ilha esmeralda. Terra de tantos parques, tantas florestas e tantas histórias sobre suas naturezas e o orgulho que seu povo sente da mesma.

Se eu pudesse aconselhar todos que um dia pisarão na terra dos eternos Leprechauns, eu diria para que visitem os interiores deste país. São imagens distintas de quase tudo que conheço. São imagens de uma paz sem fim, de uma vida melhor, de um silêncio inspirador que nos faz viajar com o vento que cruza as árvores.

Hoje é um dia feliz.

Beijos Pai, Mãe, Adi e Theo. Eu amo vocês e morro de saudades. Logo estaremos juntos novamente para que eu lhes conte tantas aventuras que aqui tenho vivido. E obrigado por tudo.

Beijos P.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Noite fria. Céu cinzento !!

Outra vez venho com o mesmo pesar. Éramos tantos, e agora seremos tão poucos, ou nem seremos, provavelmente só serei. Já sei o quando, já sei o onde e já sei o quem. Já posso dizer que sofrer é inevitável. Poderia jurar que me acostumaria com isso, mas não, não há como deixar passar sem notar. Posso me lembrar claramente de estar levando nosso primeiro amigo para o aeroporto como um grupo. Lembro-me de todos voltando no bom e velho Dublin Bus discutindo o momento e deixando votos de sorte para um dos nossos. Lembro-me bem também de deixar mais dois de nossos amigos para seguir seus caminhos, a cena era outra desta vez, mais triste e dolorida. Já não éramos exatamente um grupo, mas apenas dois amigos voltando de uma despedida com lágrimas querendo saltar aos olhos e promessas de um reencontro. Agora tudo se fará ainda mais pesado. O fardo que hei de carregar amanhã é ainda mais triste, amanhã hei de deixar mais um amigo no aeroporto e provavelmente voltarei pelo mesmo caminho solitário. Revendo os lugares onde passamos outras vezes juntos. Tudo é meio diferente agora, muitas vezes ao caminhar pela rua me pego chamando o nome de algum dos que já nem estão mais aqui para comentar algo.

É a última vez que pretendo fazer isso. Claro que ainda ficam pessoas pelas quais eu faria sem titubear, mas não me é saudável. Gostaria que todos aqueles que realmente fizeram a diferença ainda estivessem aqui. Gostaria de refazer tudo. De conhecer, de viajar, de conversar. Nossas conversas se tornaram um tanto quanto vazias, e foi inevitável sempre lembrar algo ou alguém do passado recente. Felizmente acredito que todos serão melhores do que já foram nessa continuação de seus rumos. Amanhã deixo mais uma vez um amigo que volta ao Brasil, e leva consigo a experiência e o conhecimento que muitos outros gostariam de ter, mas simplesmente não podem. Espero que tudo tenha sido aproveitado ao máximo. Que tudo sirva de alguma forma em suas vidas e que um dia possamos nos sentar novamente todos juntos e discutir casos engraçados sobre esses tempos. Serei grato sempre pela companhia, pelo apoio e por tudo mais que lhes é sabido que aprecio. Nossos caminhos ainda vão se cruzar e tenho certeza disso. Enquanto isso, fico aqui por mais alguns meses aprimorando-me todos os dias, e acumulando saudades e mais saudades de tudo que já me mata aos poucos.

" Somos como pequenas partes de uma imagem só. Vivemos da forma como devemos viver para que o final da história seja sempre o mesmo, mas de alguma forma temos ainda o poder de mudar se realmente quisermos. Podemos arriscar, podemos enfrentar o novo, ou simplesmente criá-lo. Se não pudesse dizer que alguns de nós preferem simplesmente esperar por alguém que o-faça e decidem simplesmente por lamentar-se caso não haja solução, ou comemorar como se o mérito fosse próprio quando a resposta for revelada, sentiria-me confortável em demasia em fazer parte deste mundo tão insano. "

 A todos os navegantes que não sabem ainda, devo me mudar na próxima semana. Vou para o condado de Galway morar num vilarejo menor para que meu inglês se faça mais útil. Provavelmente morarei com pessoas que só falam inglês, incluindo uma professora. Espero que tudo por lá dê certo. Sinto saudades de todos, mas dizer isso todos os dias é um tanto quanto banal. Em breve vou estar de aniversário e espero que não seja sozinho, ouvi dizer que vão estar comigo no meu dia...

Só não sei quão bom vai ser..

Beijos a todos... e agora que peguei as fotos, amanhã finalmente as fotos da Bélgica que eu fiquei de postar desde que voltei do mochilão !! 

;D

Beijos P.

domingo, 12 de junho de 2011

Amor.

É quase inacreditável a quantia de diferentes formas que existem de se amar. Sabemos que amamos porquê já não podemos mais viver sem. Amamos algo, amamos ALGUÉM. Alguns de nós simplesmente sonham em um dia ter alguém pra chamar de amor, aquela pessoa com quem você se orgulha em caminhar de mãos dadas e que estará não só contigo, mas por você, quando você realmente precisar. Seria eu errado ao pensar que um dia acordarei pela manhã olhando com carinho para o rosto daquela que tanto amo, quer ouvirei o suave respirar dela apenas pra ter o prazer de saber que naquele momento todo seu mundo está sobre seu controle, e que ao estar tão tranquila ela prova a tudo e todos de que se sente segura ao meu lado ? Será que ao retornar pra cama com uma rosa nas mãos e um convite doce para se juntar a mim em nosso café, terei certeza de que aquela frase pintada atrás de nossa cama realmente faz jus a nossa história ?

"E vai saber, que meu amor é maior que tudo. E está escrito que é seu pra sempre."

Paro as vezes e me sinto tolo. Sinto que pensar que ainda pode existir algo desta forma, porquê seria logo comigo ? Teria eu tentado mesmo fazer tudo isso ?
Todos os amores são puros e sinceros, todos os amores são leais e tenho certeza também que todos os amores são Eternos. O grande problema de tudo isso é... Até quando ?

Por mais que eu tente guardar comigo a verdadeira arte de amar, que tente carregar comigo a honra que em tempos antigos se provava útil, já não sei mais até que ponto posso ser aceitável. Carregarei comigo sempre a vontade de ter alguém comigo, alguém pra sempre. E eu mesmo sei que me esforçarei pra que tudo isso se faça real, mas será que encontrei, ou encontrarei esta pessoa com quem tanto almejo estar ?

Acho que jamais devemos desistir. Acho que todos temos realmente uma pessoa certa e que só o tempo e as oportunidades poderão nos provar disto. Sei que com certeza boa parte de nós sofrerá por amor, que entregaremos nossos nobres corações a alguém que simplesmente tratará de pisá-los, mas devemos passar por isso e ser mais fortes que tudo. Tudo se tornará aprendizado de qualquer forma e quando menos esperarmos seremos ainda mais hábeis pra amar de verdade. Traremos o fardo do sofrimento conosco e saberemos que se nunca repetirmos o que foi feito pra nós, já seremos amores melhores.

Sei que meu coração encontrará outro com o mesmo ritmo. E vivo com isso pra alegrar minhas noites.

" Eu me rendo, eu me entrego, eu desisto de tentar te esquecer. Eu me rendo, eu me entrego e nem a morte vai tirar você. Do meu coração " 

;D

saudades...
Beijo P. 

Seguindo meu caminho !


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Uma triste notícia.

Hoje trago comigo as dores que possuo. Hipócrita eu seria se pudesse deixar passar o fato de que sofro de verdade pela felicidade de outra pessoa. O fato de ser novo sempre traz consigo a dependência. Laços são criados da simples hombridade de se estender a mão e dizer olá, mas amizade, e não os fatos, é ao que me refiro hoje. Amizade que faz de nós pessoas melhores, que ensina e compartilha o que há para ser compartilhado. Tenho falado a dias sobre como é árduo ser quem somos cá onde estamos. Como é difícil recomeçar, ser um novo alguém ou exatamente um mesmo quem, mas em outro lugar. Devo concordar que pode se tornar um ciclo, que pode ser cansativo ou até mesmo repetitivo demais, mas é sempre real.

O que faz com que não soframos tanto é a mão amiga que nos é oferecida. Jamais podemos esperar que seja exatamente a mão amiga de que precisamos, mas nunca devemos deixar de tentar. Muitas vezes descobrimos que era exatamente o que precisávamos. Que aquela nova história se encaixará perfeitamente na que viemos construindo à tempos e que nos ajudará a continuar nosso livro da vida. Então nos damos conta de que realmente vale tentar, mas devo avisar-lhes de que algumas vezes também somos surpreendidos com o desgosto. Algumas das mão que nos oferecerão durante nossa vida serão as que esperam algo em troca e dessas temos apenas que nos negar e continuar a traçar nossos próprios passos até que a próxima surja.

Hoje tenho a notícia de que mais duas mãos soltarão as minhas e partem para continuar suas histórias no aconchego de seus lares. Duas mãos importantes, duas histórias que carregarei comigo até que me seja permitido pela natureza de meu corpo lembrar e que sempre hão de valer a fragilidade complexa de minhas palavras. Sei que nossa história há de perdurar por tempos mesmo com a distância, mas sentirei falta dos adornos presentes cá onde estou só.

Que os bons ventos os guiem para terras distantes, e que continuem a ser honrados como deixo dito que o são.

Sentirei saudades.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Em casa.

Sei que faz mais de uma semana que não posto. E que muitos devem ter se perguntado onde estão as fotos do final da viagem. Infelizmente ainda não consegui postar as fotos. Preciso postar algumas fotos que não tenho, mas prometo fazer isso o mais rápido possível.

O estranho finalmente se tornou comum. Ao final de nossa aventura me sentia tentado a voltar pra casa. Voltar para minha cama e para meu ambiente. O engraçado é saber que minha casa agora é aqui. São quase 3 meses longe do Brasil, longe da família e dos bons amigos. Algumas saudades permanecem, outras se tornaram verdades. Verdades essas que podem machucar, ou não. Algumas das pessoas que juraram amores por mim por anos simplesmente nem lembram de minha existência, e outras que eu não imaginava que pudessem ser tão ligadas a mim demonstram saudades verdadeiras. Dias como os que temos passado são inesquecíveis. Por mais que tentemos, as vezes não há nada para ser feito e a monotonia nos faz refletir no que estamos passando. Boa parte de pessoas que conheci por aqui estão retornando. Terminados ou não seus sonhos, tudo é relativo. Muitos não conseguiram se manter, outros preferem voltar aos seus compromissos no Brasil, e outros simplesmente querem correr e se atirar em seu mundo de conforto. Sinceramente não sei bem o que eu quero. As vezes quero entrar num avião e voar direto pra casa, pro meu mundo, pra onde me sinto forte e inquebrável. Então sinto que não é disso que somos feitos, não de bens ou de posses, mas das pessoas que nos rodeiam e das histórias que ouvimos.

Convido todos nesse momento a parar e pensar em quantas vezes a aventura guiou seus passos ? Quantas vezes deixamos de lado nossos conceitos e pré-conceitos para viver ou simplesmente imaginar estar vivendo as histórias de tantas pessoas, de tantos mundos, de tantas formas que pudéssemos viver ?

Somos as peças chaves de nossos mundos, mas podemos ser de outros mundos também. Deixar-se levar, descobrir o novo que nem é subentendido, ser e viver.

Não basta estar vivo, viver é a lei.

Postarei as fotos de Brugges durante a semana e no final de semana pretendemos ir para Trim. Um castelo margeado por um rio direção norte de Dublin. Provavelmente como fizemos em Wicklow iremos com mochilas e muita força de vontade. Isso significa coragem, que vai virar aventura, que vai gerar história.

Saudades...

P