quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dias sim, dias não. E eu vou sobrevivendo sem um arranhão.

Hoje trago uma espécie de alegria sofrida pra cá. Me sinto bem, dormi e acordei como nunca. O sorriso se espalha pelo meu rosto sem motivos e insiste em permanecer intacto mesmo quando ao ouvir algo meio melancólico, me recordo dos bons momentos vividos em minha terra. Quantas saudades sinto de estar em casa, em meu mundo e perto de tudo e todos que preciso ter para viver, mas da mesma forma gosto de estar aqui, gosto de sair de casa e andar nas ruas ou de ir e vir da escola conhecendo novas histórias de novas pessoas. Hoje posso dizer que tenho amigos, e não só conhecidos, de alguns países que jamais pensei que conheceria. É verão na Europa, e mesmo que ainda pareça frio é bom vestir uma bermuda e sair caminhar nos calorosos dias que nunca passam dos 20graus. Dublin está enchendo. Muitos espanhóis estão chegando, brasileiros como sempre, mas alguns diferenciais. Ouvi ontem que após minha chegada a Galway chegarão novos estudantes da Eslováquia e da Espanha. Noruega, França e provavelmente até Grécia também deverão se juntar a nós em breve. É estranho parar pra pensar na diferença que isso pode fazer, mas a dica que deixo para qualquer viajante internacional ou estudante é; não se deixe levar pelo cômodo. Sofra se tiver de sofrer, viva como puder viver e logo as coisas se mostrarão mais fáceis. Não, eu continuo a não falar inglês, mas sim, posso me comunicar muito bem já com todos por aqui e nos países para os quais eu fui. Segundo meu professor agora é questão de aprimorar meu vocabulário pra não faltar palavras nas horas certas e continuar praticando que em alguns meses devo estar bem. Felicidade é o que posso identificar ao ouvir isso das pessoas daqui. Tenho feito amigos, contatos e tudo que posso para me incluir realmente no mundo deles e felizmente sinto que estou evoluindo. Queria muitas vezes chegar em casa e conversar com amigos em nossa língua materna... de nossa terra e da qual sabemos muito, mas não... me enclausuro em meus aposentos e prego-me aos livros que ganhei de duas pessoas que conheci aqui. As coisas vão melhorando sempre... e tenho certeza que tudo sempre terá um final bom pra quem faz o bem.

O dia hoje se ergueu cedo, e muito claro. O sol veio e nos banhou com seu calor gracioso. Não, realmente não sou um adorador do sol tanto quanto gosto da lua e da noite, mas é bom sentir a pele quente, sentir o vento bater pra refrescar ao invés de castigar com o frio. É bom sentir a vida, ouvir o doce canto do mundo que me rodeia e poder ver os contrastes mais do que desafiadores da eterna batalha entre a natureza e as construções cá na ilha esmeralda. Terra de tantos parques, tantas florestas e tantas histórias sobre suas naturezas e o orgulho que seu povo sente da mesma.

Se eu pudesse aconselhar todos que um dia pisarão na terra dos eternos Leprechauns, eu diria para que visitem os interiores deste país. São imagens distintas de quase tudo que conheço. São imagens de uma paz sem fim, de uma vida melhor, de um silêncio inspirador que nos faz viajar com o vento que cruza as árvores.

Hoje é um dia feliz.

Beijos Pai, Mãe, Adi e Theo. Eu amo vocês e morro de saudades. Logo estaremos juntos novamente para que eu lhes conte tantas aventuras que aqui tenho vivido. E obrigado por tudo.

Beijos P.

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